segunda-feira, 16 de março de 2015

Primeiras Impressões: Kaizo Ningen Roggy (De Yuu Mikki)


O mundo da lógica humana chegou ao fim.

Na quinta-feira, nós do Analyse It lançamos o primeiro capítulo de Kaizo Ningen Roggy em português, este lançamento faz parte do nosso projeto de traduzir todas as séries novatas da Weekly Shonen Jump que não forem pegar por nenhuma scan. Agora, irei dar minhas primeiras impressões sobre a estréia de Roggy, mas recomendo você darem uma lida no capítulo antes de ler esta análise, você ler o primeiro capítulo do mangá, clicando aqui.

Kaizo Ningen Roggy é uma nova aposta dos editores da Jump, a autora (Sim, é uma mulher) é novata, por isso deve provar aos japoneses que é muito talentosa e que sua série merece ser mantida dentro da revista, mas para isso, ela precisa entregar um produto de alta qualidade, que possa competir de igual para igual com os demais mangás desta tão competitiva Shonen Jump, será que ao menos o primeiro capítulo foi bom? Vejamos...

Logo de cara, vemos o personagem principal, Roggy, ele tem um design muito interessante e imediatamente chama a atenção do públicoç Unhas pintadas, cabelos pintados, salto altos, vários aneis  e piercings, de fato podemos considerar o protagonista bem extravagante e chamativo, em um mercado onde os autores preferem apostar em protagonista mais clichês, quando uma autora decide fugir deste esquema, sempre será um ponto positivo.

Porém após as duas páginas coloridas iniciais mudamos o foco para o "cão", por mais que ele não seja o protagonista desta história, podemos dizer que neste primeiro capítulo o enredo roda em torno dele. Um homem muito "esquentado" o chamou para investigar e encontrar o homem que esta espancando os seus capangas, este homem deixa claro que encontrar este homem é a prioridade desta organização. O cão recebe esta missão por causa do seu incrível olfato (Por isso ele é o cão farejador da organização criminosa)... Como o "espancador" havia vestido a sua vítima de um modo diverso, o cão poderia através dessa roupa, farejar e localizar o "espancador".

Ele não perde tempo e vai até o seu carro para ir em busca deste tal "espancador", quando ia ligar o carro, ele é atacado por dois cyborgs que roubam a sua mochila, onde está a roupa que ele usaria para farejar o "espancador" - Este Cyborgs são ladrões, e é pura coincidência o fato de terem roubado a mochila do Cão... O nosso "herói" fica desesperado e sai correndo atrás deles, para ver se de algum modo consegue recuperar a sua mochila.

Enquanto toda a cena acontece, o Cão vai narrando o que aconteceu com a humanidade, logo entendemos que o mundo esta dominado por "potenciados", também conhecido como "Cyborgs". O fato de ter mais pessoas com super-poderes por causa potenciação de membros, fez com que as cidades se tornassem ainda mais violentas, infelizmente, o homem ao invés de usar a tecnologia para fazer o bem, a utiliza para trazer ainda mais caos a sociedade. Porém devo assumir que o modo em que o Cão narra este fato, intercalando com cenas de ações frenéticas (Já que ele narra a história da humanidade enquanto seu carro é atacado), atrapalhou um pouco a compreensão da história, já que picotou toda a narração.

Cão sai correndo atrás da mochila, até finalmente encontra os delinquentes que o roubaram, mas por incrível que pareça eles estava sendo espancado por outro "potenciado", que era nada mais, nada menos que o nosso protagonista, Roggy - O protagonista não dá a minima para a presença do Cão, e diz para ele passar por cima dos corpos, caso queira atravessar o beco. A cena é hilária, principalmente pelas caras e bocas feita por Roggy, o que aumenta ainda mais a comicidade da cena é o fato de ter dois velhos cozinhando uma lula, enquanto toda a briga acontece.

Após a luta, a mochila do cão foi totalmente destruída e o Cão entra em desespero, já que perdeu a roupa (Que ele utilizaria para achar o "espancador")... Roggy diz que não é o culpado por destruir a mochila do Cão, mesmo que de fato seja o culpado. O cão explica toda a situação para Roggy que ao ouvir que ele esta trabalhando para um tal de "Ignite", fica interessado em ajudar o cão - O plano é simples, Roggy irá fingir que foi o espancador, assim o "Ignite" irá busca-lo.

Acho interessante desta conversa o momento que o cão começar a falar sobre o fato de ser um potencializado, como ele por dinheiro começou a entrar no mundo do crime - Achei bem interessante ver como o personagem esta preso a este mundo, e mesmo não gostando mais de fazer parte dele, por causa de todas suas ligações com as organizações deve continuar a trabalhar para estes criminosos. Esta é uma realidade de muitos que se envolvem com o tráfico ou com a máfia, no final até se arrependem, mas é tarde demais para conseguir sair deste mundo.

Voltando ao plano, o cão diz a localização de Roggy e o "Ignite" vai busca-lo junto com seus capengas (Que levam armas pesadíssimas, como bazucas) - Assim o nosso pequeno "cachorro" pode ir para casa tranquilamente. Enquanto voltava para casa com seu furgão cortado ao meio, ele encontra Roggy correndo no meio da estrada, o cão toma um susto e quando olha para trás percebe que tem toda a gangue do Ignite atrás deles. Roggy sobe no carro e pede para o cão dirigir até um local estreito com menos pessoas possível. É interessante perceber como Roggy de fato é um herói, mesmo que não muito tradicional, ele muda o local de combatimento justamente para não ferir nenhum civil que passa pela estrada.

Chegando ao beco, Roggy dá um super chute em todos os capangas do Ignite, vencendo-os - Achei a cena engraçada, mas um pouco estranha.  O Ignite aparece e Roggy revela a sua missão, ele veio buscar em um guarda-chuva que o Ignite havia roubado de uma garotinha - A revelação deve ter feito muitos caíram na gargalhada, principalmente pela reação dos demais personagens que ficam sem entender como um cara estar arriscando a sua vida para recuperar um simples guarda-chuva. O cão até diz que isso provavelmente é uma piada, mas Roggy responde que fez uma promessa a esta garota e irá recuperar de qualquer modo este guarda-chuva.

Neste momento vemos um protagonista que por mais estranho e bizarro, cumpre as suas promessas e principalmente, esta disposto a ajudar quem precisa de ajuda, talvez seja por isso que ele também ajudou o Cão, mesmo ele não sendo uma criança indefesa. A luta entre Ignite e Roggy começa e ela é bem mais cômica que de fato emocionante - Devo assumir que este combate ficou abaixo do esperado e poderia ter sido muito mais épico. Após recuperar o guarda-chuva, o Cão percebe que Roggy é uma boa pessoa e assim, decide se juntar a ela nessa jornada em ajudar várias pessoas.

Kaizo Ningen Roggy, no final teve um bom primeiro capítulo, mais voltado para o humor, apresentou uma luta bem fraca e o climax não foi muito emocionante, como eu já disse - Isto pode pesar muito na hora dos votos, já que é importante em um mangá de ação, entregar ao leitor um climax emocionante, que faça este primeiro capítulo ser memorável, infelizmente, a autora não consegue fazer este efeito no primeiro capítulo.

Porém, ao mesmo tempo que o climax do capítulo foi relativamente fraco, podemos dizer que a autora surpreendeu pelo universo da história, eu fiquei de fato interessado para saber mais da realidade dos cyborgs, dá para sentir que a história pode se tornar ainda mais "profunda", podendo tratar de assuntos bem emocionantes sobre a humanidade, diferente de alguns outros mangás da leva, como Black Clover que dá uma impressão inicial que a história é bem rasa e plana, por isso sem profundidade.

Os personagens, principalmente o protagonista Roggy é outro ponto forte da obra, e por fim o ótimo traço da autora também chama atenção e mesmo que o mangá não dê certo acredito que receberá uma outra chance na revista pela sua ótima qualidade criativa e também de desenho. Entre todos os novatos, Kaizo Ningen Roggy foi o que mais me deixou curioso em saber o capítulo seguinte, pois pessoalmente gosto muito de histórias que tem esses protagonistas "diferentes" (Por isso gosto muito de Mitsukubi Condor), porém sabemos que essas histórias são bem raras de agradar o público japonês, assim as chances de sucesso são baixas e o fato do mangá não ter um climax muito emocionante pode pesar mais ainda... Espero que Roggy dê certo e que consiga sobreviver nesta tão concorrida Weekly Shonen Jump. 

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